04/10/2010

Mangá X HQ

Conheci os HQs (Histórias em quadrinhos) antes dos mangás (História em quadrinho em estilo japonês), mas li mangás primeiro. Eu era todo pro-mangá há até poucos meses atrás quando eu de fato li muitos HQs. Isso mudou minha percepção desse mundo inanimado dos desenhos impressos. Primeiro porque as diferenças, de estilo de desenho, estilo de organização literária, são muito grandes. E depois porque mesmo com diferenças tão aparentes os dois estilos também têm suas características em comum, e tantas vezes causam mini-guerras entre seus admiradores, por vezes até desnecessárias.

No Brasil essa ‘história’ toda começou lá pelo final do século XIX, mas isso não foi criado aqui no Brasil (Obviamente), os mangás vieram do lado oriental do globo terrestre, e os HQ vieram do norte da America e pouco da Europa. Os mangás foram criados muitos anos antes do modelo americano. Acontece que no Brasil o primeiro a chegar foi o modelo americano/europeu e só em 1990 chegou à primeira história em quadrinho em formato de leitura japonesa, que só veio em função do estrondoso sucesso que as animações feitas a partir das historias baseadas nos mangás atingiram por aqui (Animês). E desde então chegou a fazer mais sucesso que os HQ americanos (principalmente nesses últimos anos). Mas é inegável que super-heróis americanos ainda são mais famosos que heróis de olhos puxados.

Sobre HQs

O que pude notar é que com o passar dos anos a indústria de HQs cresceu bastante, até mais que a dos mangás, heróis vem sendo sustentados a mais de 70 anos. Sempre os mesmos, com poucas inovações, mas os mais famosos como Superman, Homen-Aranha, parecem ter uma força realmente inquestionável de sobrevivência.

Atualmente os HQs vêm tomando um rumo “novo” em relação ao seu conceito inicial, o fato de ser impresso em páginas coloridas gerou interesse dos coloristas e designers. Com isso gerou mais empregos na área, logo a qualidade aumentou. E hoje podemos desfrutar de belas ilustrações a cada virada de páginas. Mas nem sempre foi assim. Fiz aqui uma comparação de duas páginas do HQ do mesmo personagem, de lançamentos de épocas diferentes:

 


A primeira foto é mais atual (e é bem fácil notar isso) a segunda é de uma edição de uns vinte anos atrás.

A qualidade e riqueza em detalhes aumentaram bastante. Os traços dos desenhos também melhoram dando mais valor à obra. Acontece que junto com a qualidade aumentaram também os preços, há alguns anos atrás uma edição de um herói famoso era possível ser comprada por centavos, hoje custa entre cinco a quinze reais, isso em formato comum, porque também existem os encadernados, mas ai é outra história.

Ao que me parece à preocupação em fazer um trabalho visual bom está acima da história em si. Por mais que tenho sido surpreendido com os roteiros das novas edições, que estão ótimas, mas esse é justamente o problema dos heróis antigos, que têm de ser reinventados a cada troca de editor. Na tentativa de perpetuar os personagens a ressurreição ou flashback são usados freqüentemente, o que deixa a história meio galhofada, ou mal explicada. Muitas vezes a solução é matar o personagem e substituir por um novo que assuma os planos do anterior, e com um nome bem parecido.

No final das contas a impressão é que a mesma história está rolando desde quando a primeira edição, há mais de 70 anos atrás, foi lançada. É claro que isso não é regra, existem vários outros HQs independentes e concluídos em poucas edições. Mas os mais famosos te dão a impressão que você está perdendo em não ler 70 anos de histórias anteriores. 

 
Sobre Mangás

Mangá é uma forma de desenhar natural do ocidente, muito antiga, ela era usada para expressar arte apenas. Só depois de muitos anos é que foi utilizada pra contar histórias. A diferença entre os HQs americanos/europeu é notável, sua principal característica que marca bem a diferença é que o mangá não é colorido. Exigindo assim muito mais precisão nos detalhes que os HQs.

Hoje a onda causada pelo sucesso dos mangás, gerou um interesse além daquele que se consegue suprir. No Japão a cada cinco livros vendidos dois são mangás (um dos mangás mais famosos chega a vender mais de 14milhões de copias por ano, pouco né? Comparado com Stephenie Meyer que vendeu cerca de 90milhões, é mesmo! Agora comparado com um lançamento brasileiro que vende apenas 70mil, é uma quantia beem expressiva). E há vários temas, categorias e contextos diferentes de histórias a serem lidas.

A diferença nos desenhos com o passar do tempo mudou por conseqüência das preferências dos compradores, mas o nível permaneceu quase o mesmo, veja:


 


A primeira foto é de uma edição de Édem, e foi lançada bem antes de Death Note (segunda foto), a diferença há, mas perceba que a qualidade e estilo não variam de forma tão visível como aconteceu com os HQs. É claro que aqui tenho como exemplos os mangás super bem desenhados em suas épocas, mas nem sempre é assim. Devido a quantidade a ser suprida principalmente no ocidente, mangás de baixa qualidade são facilmente encontrados.

No final das contas, há histórias de todos os jeitos e pra todos os gostos. E ao contrario do que muitos pensam as historias não contam só sobre super-heróis ou seres de outro mundo. Há histórias bem reais, que emocionam, encantam, tanto quanto ou mais que os filmes de produções hollywoodianas.

Enfim, encontre uma mangá ou HQ que mais se adéqua ao seu gosto e leia sem medo de ser feliz!

Até mais!

2 comentários:

Guto disse...

show! tirando algumas colocações! mas opinião éh que nem cu cada um tem o seu e eu não tô afim de dar a minha!

Unknown disse...

Massa! Faz mais posts sobre quadrinhos, tem aaaaltas coisas legais por aí! *-*

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